Redmi AirDots 3 Review – Finalmente evoluíram?
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Os Redmi AirDots são os fones TWS que mais usei até hoje, simplesmente pelo costume e por serem bons o suficiente. Mas eles vinham devendo em inovação há algum tempo, com novas versões quase idênticas. Isso mudou com os AirDots 3, a primeira grande mudança desde que o produto chegou ao mercado.
Ao lado dos antecessores, os AirDots 3 são claramente maiores – tanto o estojo quanto as cápsulas. Apesar disso, o conjunto como um todo tem design similar, característico. A Xiaomi, enfim, colocou entrada USB-C no estojo, um dos grandes pedidos dos usuários. Além disso, decidiram trocar os botões físicos nas cápsulas por áreas sensíveis ao toque. Não sou fã dessa solução porque pode resultar em comandos indesejados durante o uso. Entretanto, como todos os controles são feitos com 2 toques, o problema é contornado.
Por falar nos controles, este é um aspecto que não evoluiu se poderia esperar. Ainda não é possível alterar o volume das músicas, apenas dar play/pause e chamar a assistente virtual. Como vários fones da mesma categoria já executam todo tipo de ação, é uma falha da Xiaomi.
Na utilização diária, os AirDots 3 são versáteis. Dá pra guardar uma das cápsulas no estojo e continuar a ouvir música só com a outra, trazendo-a de volta depois. Ambas têm sensores para pausar a música em execução quando são retiradas dos ouvidos. Portanto, ao guardar um dos lados, será necessário dar Play para seguir com o som.
Em relação à estabilidade, fiquei com boa impressão. Eles usam o padrão Bluetooth 5.2 e têm aptX. Tecniquês à parte, isso tornaria o sinal estável e à prova de falhas. Eu já tinha boa experiência nesse sentido com os AirDots S, e ela se mantém aqui. De qualquer forma, para quem passou por problemas, aqui está a esperança de que eles sumirão. Para constar: realizei todos os meus testes com um Moto G100 da Motorola.
A bateria era outro ponto que vinha devendo desde os primeiros AirDots e, finalmente, também melhorou. Em utilização contínua, consegui a excelente marca de 6 horas e 50 minutos de autonomia, praticamente o dobro dos antecessores. O estojo consegue prover 4 cargas extras, o que resulta num enorme salto nos resultados finais.
Há um quesito importante que também recebeu alterações, e essa pode não agradar alguns usuários. Estou falando do perfil de áudio. De fábrica, o som está regulado para ter agudos mais brilhantes, e médio-agudos com algum destaque. Em proporção igual, houve redução do impacto dos graves e subgraves. Como consequência, o som dos AirDots 3 é mais aberto. Fãs de hard rock ou música clássica podem gostar da novidade, embora quem escute muito pop ou hip hop talvez perceba perda de impacto nas batidas.
Pessoalmente, achei que o som dos AirDots S é um pouco mais envolvente, embora sempre exista a possibilidade de equalização via app. Para contornar a diferença, me recomendaram que eu pusesse as ponteiras de borracha dos AirDots S nos AirDots 3. Fiz isso e, de fato, o som ganha um pouco em profundidade. Essa é uma medida que pode ser considerada pelos mais sensíveis à mudança.
Não percebi atraso no áudio quando assisti a vídeos no YouTube e no Netflix com os fones. Entretanto, em games como o Free Fire para Android, existe um mínimo intervalo perceptível, que não é eliminado pelo novo bluetooth 5.2. Vale lembrar que não existe, por padrão, um modo gamer dedicado, como o que se encontra nos AirDots S. Ele aumenta o consumo de energia mas elimina a latência perceptível em jogos. Pode ser um ponto fraco dos AirDots 3, a depender dos objetivos do usuário.
As cápsulas ficaram bastante confortáveis em meus canais auriculares, quer dizer, o aumento de tamanho não trouxe consequências negativas para a ergonomia. É algo que pode variar de pessoa para pessoa, mas fica o aviso sobre minha experiência.
Por fim, pude notar uma suave melhoria na captação de áudio dos microfones. Em comparação aos AirDots S, houve um ganho de corpo e suave redução na “metalização” do som.
O que concluir? Em resumo, os Redmi AirDots 3 trazem mudanças desejadas pelo público, e que são ótimas na prática: plug USB-C, bateria muito superior e alguns avanços técnicos, como o Bluetooth 5.2. Por outro lado, o som de fábrica é mais aberto e pode não agradar quem curte graves marcados.
Além disso, há o quesito preço: enquanto importei um par de AirDots S por menos de 100 reais recentemente, paguei mais de 200 nos AirDots 3. Isso baixará com o tempo mas, de qualquer forma, as versões novas costumavam chegar sempre pelo mesmo valor das antecessoras. A Xiaomi não conseguiu repetir o feito, talvez por estar trabalhando num limite até então.
Esta não é, portanto, aquela atualização indiscutível para todos. O preço aumentou, o som foi alterado e os gamers, por exemplo, podem preferir os AirDots S pelo seu modo baixa latência dedicado. Nesse sentido, o Bluetooth 5.2 dos AirDots 3 não foi suficiente para criar o mesmo resultado, livre de atrasos perceptíveis, em jogos.
Optar pelos novos fones, portanto, é questão de perfil. Mas enxergo uma grande quantidade de usuários investindo neles, que devem manter a Xiaomi em evidência entre usuários novatos e/ou casuais.