Pamu Z1 Review – A primeira impressão não ficou
A Padmate é uma fabricante asiática que sempre tem tentado inovar em seu portfolio de fones 100% sem fios. É como se, a cada modelo, eles mirassem em um conceito diferenciado, às vezes “diferentão”. O resultado nem sempre é uma vitória, mas fica meu reconhecimento ao esforço.
Com os Pamu Z1, confesso que a boa impressão inicial não se manteve até o fim. São fones bluetooth 5.2 que custam cerca de 70 dólares e vêm num estojo horizontal, à AirPods Pro. Essa peça pode trazer combinações de cores interessantes – a que eu testei é toda preta, com detalhes em amarelo apenas nos fones. Também chamou atenção o fato de o LED indicador de energia parecer uma etiqueta de roupa na lateral direita da case. Temos carregamento USB-C, mas nada de recargas sem fio.
Os fones são simpáticos, têm hastes curtas e um encaixe muito agradável nos ouvidos. Recomendo que se testem as ponteiras de borracha sobressalentes, mas as que vieram de fábrica já me proveram excelente conforto e segurança. As cápsulas são “touch” e executam comandos a partir de um toque, dois toques ou toque prolongado. É possível executar todas as ações convencionais, incluindo alterar o volume.
Um app para iOS e Android permite a reorganização dos comandos mencionados, a escolha de 6 equalizações para o som, o acionamento direto do “modo gamer”, entre outros detalhes. Depois de ter usado o produto, ficou a sensação de que as equalizações poderiam ser livres, o que talvez resolveria meu principal incômodo.
Que incômodo? Bem, de forma até surpreendente, não consegui gostar do perfil de áudio nos Pamu Z1. Por padrão, eles entregam um som lotado de médio-graves que abafam agudos e empurram as vozes para trás. Existe algum tipo de vibração, de instabilidade, que não me deixou confortável. Achei uma sonoridade pouco definida.
As 6 equalizações entregues pelo app não solucionaram a questão completamente. As opções “Jazz” e “Vocal”, por exemplo, me pareceram inutilizáveis de tão estranhas… E o quarteto “Classic”, “Normal”, “Pop” e “Rock” corresponde à descrição dada no parágrafo anterior. Escolhi “Rock” como padrão, por potencializar um pouco os médios.
O cancelamento de ruído (ANC) é de regular para intermediário. Esconde a maior parte da ambiência, como o som constante de ventiladores, mas não tudo. Em conjunto com música tocando e o isolamento passivo das ponteiras de borracha, faz o serviço. O modo ambiente, que ativa os microfones para que se ouça os arredores, vai no mesmo caminho.
A bateria cumpriu seu papel. Ouvindo música com volume na metade ou pouco acima, consegui cerca de 6 horas de autonomia, com 3 cargas adicionais fornecidas pelo estojo. É um patamar que, felizmente, vem sendo atingido pela maioria dos fones sem fios acima dos 40 dólares.
Ao utilizar os Z1 em chamadas telefônicas, descobri que eles captam minha voz de forma encorpada, embora tenham algum sistema de atenuação de ruídos que abafa um pouco certos trechos da fala. Por fim, vale destacar que os Z1 foram absolutamente estáveis durante o meu uso, sem qualquer tipo de queda de sinal. E um extra interessante foi o já mencionado modo gamer, que diminui a latência do áudio para que não se percebam atrasos em jogos como Free Fire – eu testei e funcionou muito bem.
Minha avaliação final é que os Pamu Z1 têm aparência interessante, são muito confortáveis durante o uso e que agregam um bom pacote de funcionalidades. Entretanto, não conseguiram manter esse parâmetro no quesito mais importante: o áudio não me agradou e as personalizações do app não foram capazes de salvá-lo. Partindo de experiências que já tive com outros modelos da mesma marca, esperava um pouco mais.